Anterocarvalho's Blog

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Mês: janeiro, 2013

Resenha do livro – A Origem dos Mistérios, verdades e mentiras.

Leia o livro gratuitamente, AQUI.

A humanidade está constantemente sendo arrastada pelas marés dos movimentos culturais, dos dogmas religiosos, dos modismos e toda sorte de correntes, que têm o poder de conduzir a mentalidade dos povos. Contudo, desde sempre, existem buscadores, seres que enxergam além do que está posto e visível para a maioria. Essas pessoas, sendo inquietas e questionadoras, trazem sempre, em seu íntimo, algo que as impulsiona em busca da Verdade, da compreensão do quebra-cabeça que tende a confundir o estudante no sentido dos diferentes caminhos, que, se por vezes se relacionam, por tantas outras deixam lacunas e contrapõem-se.

Na presente obra, Antero Carvalho aborda essa questão de forma bastante peculiar. À medida que consegue trazer suas próprias buscas e reflexões como foco da obra, consegue ser profundo e amplo, trazendo a si próprio para perto do leitor, fazendo com que suas descobertas tornem-se objeto de análise.

Demonstra humildade, e retrata a vida de um homem que, movido pelos muitos códigos, veio seguindo pelos caminhos “padrões” da sociedade, mas que, em todo tempo, é atraído e instigado a buscas mais além, sendo com isso levado a um caminho de autotransformação. Aborda a atual crise econômica e social da Europa, como fator que impulsionou seu desenvolvimento, e, por serem esses temas humanos e contemporâneos, estes se adequam às necessidades de mudanças de qualquer pessoa e da sociedade em geral.

Com propriedade e habilidade, discorre acerca de temas como política e economia, história, religião, ciência, esoterismo e hermetismo. Assuntos místicos e esotéricos, como o Quinto Império, os Templários, Fátima e a Arca da Aliança são elementos que, sem dúvida, excitam um leitor interessado em desvendar os mistérios que permeiam esses temas.

Com efeito, os contos e aforismos abrilhantaram ainda mais com poesia e beleza a construção do livro, são recursos que auxiliaram na revelação de verdades que conduzem o raciocínio do leitor a ampliar suas perceções, e o fazem de forma suave, sutil.

Apesar de afirmar que a Verdade pode violentar aqueles que não estão preparados para conhecê-la, em nenhum momento faz isso, e formula as ideias de forma que um leitor iniciante nessas reflexões tenha algum vislumbre da Verdade, podendo despertar para o anseio de aprofundar e ampliar suas buscas, ao ponto que um leitor mais preparado, um buscador, possa compreender a mensagem, desperte, e se interesse por desvendar a chave que levou o autor a conciliar os paradoxos que lhe haviam sido instaurados em sua busca.

É uma obra instigante em todo seu conjunto; acompanhar a busca do autor é mergulhar nas próprias buscas, dúvidas e reflexões, que quase sempre denotam, em quem as possui, adiantado estado de consciência e lucidez, diante dos mistérios, mentiras e verdades que permeiam nosso existir.

Resenha de Priscila Dias, revista por Arthur Buchsbaum.

O Turismo e os novos destinos. O Brasil a as tendências mundiais.

O cenário mundial

O turismo é uma indústria que resulta da maior disponibilidade de tempo e poder de compra das sociedades. Falar em perfil e comportamentos de cidadão-turista, só faz sentido em sociedades que atingiram um determinado padrão socioeconómico. Países de terceiro mundo, nada contribuem para os fluxos/emissão turística e mesmo no caso dos países em vias de desenvolvimento, é pouco significativa a sua contribuição. Esta afirmação, pode ser constatada nos dados estatísticos mundiais, quando comparados, fatores como – grau de desenvolvimento verus contributo dessas sociedades para os fluxos desta indústria.

 

Ao contrário do que é por muitos defendido, programar a estratégia de médio e longo prazo da oferta dos serviços que deverão vir a responder ao que será a tendência da procura desses mercados emissores, não é um exercício impossível e poderemos até afirmar que tal exercício, feito com a devida metodologia e prudência, representa um fator de profunda vantagem competitiva. A construção deste instrumento de diferenciação competitiva, é da exclusiva responsabilidade dos governos nacionais e regionais. Desenhar uma política para o turismo, coerente, clara e exequível é talvez o maior desafio e simultaneamente o maior fator de diferenciação positiva, na hora de atrair investimentos para o setor, dando garantias aos vários intervenientes na construção da competitividade do Cluster.

 

O investimento em turismo, é considerado tecnicamente um investimento em capital intensivo. Isto significa que em termos globais os grandes fluxos de investimento internacional que levam aos projetos estruturantes e mudam significativamente a realidade internacional, obrigam a que os países que pretendam atrair esses fluxos e investimentos, apresentam o conjunto de garantias para que sejam consumadas as decisões dos grandes investidores, operadores e consequentemente que arrastam consigo os mercados e tendências.

 

Uma estratégia nacional, coerente e sustentável, para além do potencial que esse país pode apresentar, necessita de organizar as suas instituições governativas e apresentar três garantias fundamentais, a saber:

  1. Plano estratégico a médio e longo prazo claro, coerente e organizado com os objetivos a levar a efeito, no plano Nacional/Regional;
  2. Políticas económicas, financeiras e fiscais alinhadas com o plano estratégico de médio e longo prazo;
  3. Quadro legislativo para o setor, claro, prático e coerente com os dois primeiros.

 

A aplicação efetiva, com um elevado grau de sucesso, depende, em muito, da forma como estão organizados e distribuídas as competências pelas várias instituições públicas responsáveis por implementar, monitorizar e fiscalizar, o setor. Recorde-se que muitos planos estratégicos criados, em vários países do mundo, com enorme know-how, dotados de uma boa política de incentivo fiscal e financeira, terminaram por falhar redondamente, na hora da sua aplicação no terreno. Então deveríamos definir um outro fator de enorme sensibilidade que se torna necessário ver cumprido num projeto destas características e dimensões.

O cenário Brasileiro

Após uma análise ao cenário interno, como forma de avaliar e detetar possíveis fragilidades no que toca ao enquadramento e futuro relacionamento institucional, para a garantia da persecução dos objetivos do projeto, concluísse que o panorama institucional em que se realiza a organização das instituições de serviço público, mandatadas para a organização, orientação e definição da indústria do turismo no Brasil, está estabelecido em dois grandes eixos;

 

  1. Nacional – Ministério do Turismo, no âmbito central/nacional,
  2. Estadual – Secretarias de Turismo, no âmbito regional/estadual.

 

Junto a estes dois órgãos, coabitam um conjunto de instituições que coordenadamente auxiliam nas políticas de ordenamento, constituição, planeamento, licenciamento, monitorização e fiscalização do setor. A complexidade do sistema Brasileiro, na perspetiva do investidor externo, pouco habituado a um emaranhado complexo de instituições em que se desdobram as competências governamentais (centrais e regionais), cria logo à partida um handicap no que representa a uniformização e facilitação de investimento, quando comparado com os mercados mais estruturados, no que à indústria de turismo se refere.

 

De salientar que a complexidade em que o país apresenta a forma de se organizar, é em parte, originada por dois fatores que são induzidos externamente e não se refletem por motivos de inoperância ou incompetência interna, a saber:

 

  1. Dimensão do território, por sua vez complexidade e multiplicidade dos potenciais envolvidos;
  2. Rápido crescimento devido à procura interna e externa.

 

Existe um terceiro fator, esse sim interno, mas que termina por se salientar mais devido à influência que os dois primeiros acabem para gerar, concretamente:

 

  1. A pouca experiência das instituições brasileiras – a forma como se organizam na atualidade, principalmente ao nível do estado central, no que deveria representar o papel central do ministério do turismo, enquanto órgão mais de agregação e coordenação das politicas estaduais, do que de construtor de soluções que depois de mostram deslocadas, descoordenadas e desajustadas às realidades dos vários Estados.

 

Note-se que a criação do ministério do turismo brasileiro (MTUR) data de 2003, até aí, já os vários estados, se mantinham organizados no que à política de turismo se referia, através dos seus sistemas estaduais, onde a figura antecessora das secretarias de turismo representavam um papel fundamental. São, na atualidade, estes organismos e os seus técnicos que melhor contribuem para a coerência e orientação estrutural do turismo nas suas regiões. Este sistema deveria ser mantido, cabendo ao poder central (MTUR) a função de orientação geral e coordenação global, no que à relação interna se refere. Cabendo também a liderança da promoção internacional do produto Brasil, esta é uma competência exercida na atualidade através da EMBRATUR.

 

No entanto, este fato, significa que no cômputo da estratégia interna nacional, naqueles que poderiam ser os objetivos macro do país no panorama continental e mesmo internacional, terminam por se apresentar de forma pouco eficiente. Não há uma estratégia bem alinhada e coordenada centralmente e não existe a capacidade instalada, ainda, de o ver alcançado, isto, dentro da análise aqui efetuada e expressa num parecer, tido no âmbito da visão externa que é o que importa ter aqui, como método de abordagem, na perspetiva do investimento externo.

 

Neste sentido, da análise efetuada, foram detetadas algumas fragilidades na forma e modo como o cluster do turismo está a ser gerido institucionalmente e que podem criar pontos de interferência negativa aquando do planeamento e execução do projeto. Assim manda a prudência técnica que se executem planos de contingência que tenham em conta as medidas necessárias a implementar como forma de intervir, caso se venha a constatar a sua permanência no período da realização dos projetos definitivos e da execução e da sua operacionalização efetiva, a saber:

  1. Não existe um planeamento estratégico a médio e longo prazo, nem nacional, nem estadual;
  2. Os planos organizadores para o turismo, que podem ser considerados como tal, quer de âmbito nacional, quer de âmbito estadual, são feitos a 2-4 anos e quase todos se encontram desatualizados;
  3. Não existe uma política de gestão clara do território no âmbito do turismo, organizada ao nível nacional, nem nos estados em análise, dentro dos grupos estudados. A que existe, contradiz-se quando comparado o planeamento central e estadual (por exemplo, verificados os planos diretores municipais);
  4. Não se encontram coordenados os instrumentos de incentivo financeiro e fiscal (Central e Estadual), com as intenções relativas ao que se entende por direção a seguir*.

 

Nota*: Surgem, quer ao nível central (Ministério do Turismo), quer ao nível estadual (secretarias de turismo), estudos técnicos excelentes que fazem uma perfeita leitura da realidade instalada, potenciais existentes e onde apontam linhas de orientação, no entanto, saliente-se que pese embora a qualidade e know-how aí apresentado, estes estudos, não são linhas estratégicas definidas politicamente e por isso, não tem força legal. Como tal, verifica-se um vazio, no que à estratégia efetiva para o cluster, se refere.

O mercado-alvo interno potencial – Caracterização

Desde cedo, com o desenvolvimento da sociedade industrial e do sistema financeiro moderno, surge o conceito de classes sociais. Esta forma de classificar as condições económicas e sociais dos cidadãos, passou a ser aceite e obrigou à constituição de um padrão normalizado. Assim com base no rendimento salarial e riqueza adquirida, as famílias, passaram a ser dívidas em três níveis diferentes, dentro dos quais, por vezes, se organizam ainda alguns subníveis. A estratificação económica das classes sociais, seguem uma classificação de –  baixa, média e alta, sendo que as duas primeiras designam o estrato da população com menor capacidade financeira, a primeira a que vive mesmo com dificuldades económicas, e a última, a que possui grande margem financeira.

No entanto, com o desenvolvimento dos mercados e a sofisticação das economias, foi necessário incentivar o aumento do consumo. Sendo a classe média, o estrato considerado mais comum e mais numeroso nas sociedades industrializadas dos países de primeiro e segundo mundo, tal fato e para fazer funcionar os mercados, tiveram que se encontrar formas de aumentar a capacidade de consumo desta classe. Através de mecanismos de aumento do rendimento, de crédito ao consumo, etc., foram alcançados os objetivos de incluir a classe média mundial, nos hábitos de consumo dos mais abastados financeiramente. Isto consequentemente permitiu que os mercados aumentassem tremendamente o volume de transações, resultado da maior procura de bens e serviços de consumo, por parte de uma nova classe de novos consumidores – a plataforma da designada classe média moderna.

No caso do Brasil, é possível encontrar outras subclasses, mas deveremos agrega-las como forma de proceder à referida normalização internacional. A avaliação ideal deveria ser efetuada pelo índice de poder de compra e não pelo rendimento. No entanto, a classificação mais comum, no Brasil, utiliza o sistema de salários mínimos e será com base nessa referência e no que resulta dela, face ao que podemos entender por comportamento no índice de poder de compra, que trabalharemos.

  • Até 1 Salário Mínimo
  • De 1 a 2 Salários Mínimos
  • De 2 a 3 Salários Mínimos
  • De 3 a 5 Salários Mínimos
  • De 5 a 10 Salários Mínimos
  • De 10 a 20 Salários Mínimos
  • Mais de 20 Salários Mínimos

 

Nota: Salario Minino R$ 678 (a partir de Janeiro de 2013)

 

Outra classificação:

  • Classe A1: inclui as famílias com renda mensal maior que R$ 14.400
  • Classe A2: maior que R$ 8.100
  • Classe B1: maior que R$ 4.600
  • Classe B2: maior que R$ 2.300
  • Classe C1: maior que R$ 1.400
  • Classe C2: maior que R$ 950
  • Classe D: maior que R$ 600
  • Classe E: maior que R$ 400
  • Classe F: menor que R$ 200

 

Nas três últimas décadas o Brasil deixou de ter aquela distribuição económica e social que podia ser representada por uma pirâmide. Com uma larga base assente na classe social mais pobre, uma classe média reduzida e um cume menor ainda, relativo à classe alta.
Hoje, a classe C (classe média) é constituída por famílias que contam com um rendimento mensal entre três e dez salários mínimos. Atualmente, assistimos a uma nova representação gráfica, o losango, onde a base está mais estreita, pois a classe D engrossou a classe C (classe média), com consequências positivas para os hábitos de consumo. O cume, por sua vez, também se alargou ligeiramente, com novos-ricos que juntaram a elite.
Hoje, a classe C é constituída por famílias que contam com um rendimento mensal entre três e dez salários mínimos. Esse rendimento, para uma grande parte dessa população, foi alcançado nos últimos anos em decorrência de diversos fatores, entre eles, as políticas de eliminação da pobreza e inclusão social, assim como a logica inerente ao crescimento económico do Brasil.

Com o aumento do poder de compra e a utilização de várias formas de crédito, a nova classe média tem demonstrado um grande interesse em novas tecnologias, bens de consumo e itens cotidianos como são as ofertas de turismo, lazer e entretenimento. Assim, este grupo aumentou o consumo em geral, melhorando seu padrão de vida e movimentando o mercado interno de produtos industrializados, bem como o de comércio e serviços.
Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) preveem que o movimento de ascensão das classes D e E vai continuar por, pelo menos, mais oito anos – a Classe C, ou classe média, já representa 50,5% da população do país. Esse é um novo dado que deverá ser considerado pelos governos na adoção de políticas públicas. Além disso, é um fator extremamente relevante para o planeamento, o marketing e os estudos relacionados com as novas ofertas para a indústria de turismo.
A nova situação da maioria da população brasileira, ou seja, de 95 milhões de brasileiros que se localizam na classe média, faz com que existam perspetivas de crescimento sustentável para o Brasil, quando comprado internacionalmente com a situação económica de outras populações mundiais e suas classes médias.
Somente nos últimos 10 anos, 31 milhões de brasileiros passaram a fazer parte da classe média, com aumento da escolaridade e poder de compra de consumidores. Além do grande número de novos postos de trabalho, no mercado formal e informal, as mulheres também passaram a trabalhar, alterando a situação de rendimento das famílias. Mais opções de consumo passaram a fazer parte do cabaz de compras cotidiano dos brasileiros.

 

Segundo a OMT, no que toca ao aumento de consumo do turista Brasileiro para o exterior, importa aqui anotar que este fluxo aumentou, em valor absoluto, no último ano (dados preliminares de 2011), em 32% (valor de despesa efetuada). Assim o valor absoluto gasto pelo turista Brasileiro ficou a par com outros dois países emergentes (Rússia e India) que juntos representam os maiores aumentos deste item no panorama mundial. Tendo sido, na sua maioria a despesa efetuado no continente e para destinos Europeus.

In: Extrato de texto no âmbito do estudo preliminar de localização para mega projeto de animação turística – América do Sul (Antero Carvalho).

África e a erradicação da pobreza.

Muitas têm sido as tentativas de erradicar parte ou a totalidade da pobreza a que as populações do continente Africano em geral foram remetidas desde sempre e principalmente, desde que os modernos sistemas de mercado que geram riqueza nas economias mundiais, tiveram a relevância como fator dinâmico essencial associado ao desenvolvimento económico e social.

À medida que a sofisticação dos mecanismos que geram os fluxos que fazem funcionar os modernos sistemas a que se designou “mercados” – de que dependem todo o conjunto da produção, financiamento e comercialização de bens e serviços, necessários para responder a tudo o que representam as necessidades humanas, tal sofisticação, determinou que o fosso entre os povos dos vários continentes fosse aumentado de forma exponencial.

Este fator foi e ainda é, até hoje, o elemento chave que condenou ao afastamento e diferenciação dos recursos modernos para auxílios das condições, não só as de conforto humanas, mas também as mais básicas de sobrevivência, de uns povos em detrimento e outros. Tudo o resto que se veio a constituir como fatores complementares e que vieram inclusivamente a influenciar a forma como evoluíram culturalmente esses povos, foi fortemente influenciado por este fator. Assim se marcou de forma perfeitamente desigual e injusta, a distribuição dos instrumentos que permitiriam a todos os povos do mundo, ter, em pé de igualdade, acesso a um conjunto de oportunidades que indiciassem equidade.

A própria evolução das características e capacidades necessárias para o desenvolvimento dos vários povos, estão profundamente influenciadas por este fator, assim podemos afirmar que todos os desequilíbrios, todas as injustiças, todos os males que agora se refletem nos enormes desequilíbrios da distribuição da riqueza mundial, advêm dos desequilíbrios primordiais, quando como mecanismos de desenvolvimento económico e social, se tornou necessário ter algo para oferecer dentro da procura desses mercados mundiais. Aqui, a forma como foram relegados, mesmo que circunstancialmente, os povos Africanos, apresentou-se como determinante e a partir do qual, se inviabilizou a sua capacidade de lutar, em igualdade de condições, com os restantes continentes.

Este é sem margem para dúvidas o continente que mais tem sofrido e que se vê permanentemente a braços com todos os constrangimentos advindos da falta estrutural de recursos que originalmente se criaram quando de deu origem a esses tais “mercados” que geram a económica contemporânea e todos os seus sistemas estruturados necessários ao seu funcionamento. Ainda hoje é, no panorama mundial e num cenário futuro mais que previsível, caso nada seja feito, o continente que apresenta um enorme perigo de sucumbir aos efeitos permanentes da sua incapacidade, face ao que a sofisticação do atual sistema obriga a ter, a todos os que pretendem estar em condições de inclusão.

Intervir com OMG´s, criar linhas de ajuda financeira, humanitária, intervir politicamente junto de alguns governos através da pressão internacional e muitas outras formas de intervenção, são analgésicos que nenhum efeito permanente ou efetivo apresentarão. Aliás, como tem sido o resultado até aqui. São importantes sim, mas apenas como medidas de contensão em cenários e necessidades pontuais urgentes. A intervenção deve ser feita ao nível do desenvolvimento das condições, para que o continente no seu todo e os países a ele pertencentes, individualmente, possam alcançar, por si, os instrumentos que lhes permitam, autonomamente, construir pelos seus próprios meios, a inclusão nesse sistema mundial que se chama – a competitividade no âmbito da procura e oferta.

Mas o que pode África e os Africanos oferecer ao mercado mundial que seja suficientemente diferenciador ao ponto de o tornar capaz de comandar os seus próprios mecanismos, sem que seja necessário o constante instrumento de “esmola”? São poucas as áreas industriais que têm pontualmente, em alguns dos países africanos, alguma capacidade de competir com outros pontos do mundo. A agricultura, a indústria têxtil e os recursos naturais (gaz, carvão, minérios e petróleo), são em alguns países saídas pontuais, mas mesmo nesses, insuficientes para garantir o cumprimento das próprias necessidades. Mesmo assim, na grande maioria dos países deste continente, esses recursos são quase ou mesmo inexistentes, deixando assim, estes, ainda mais vulneráveis.

Como pode um continente que perdeu várias oportunidades de desenvolvimento em detrimento de geografias como a Ásia, a América do Sul e os seus países, inverter este processo? Como pode África entrar no comboio da Humanidade e não ser afastado dele, definitivamente?!

A resposta para esta questão, não sendo uma só, nem tão simples assim, pode vir através da indústria sim, mas da indústria do turismo. O Turismo, é uma indústria que permite a que todos os países entrem nela de forma progressiva, aportando unicamente o que têm para dar e beneficiando imediatamente do potencial que possam apresentar nos seus vários momentos. Os efeitos dos esforços de um país, dos seus governantes e das populações, são imediatos, pois a distribuição da riqueza daí advinda, resulta numa distribuição em tempo real.

Assim, deverá competir, às organizações internacionais, aos países desenvolvidos em geral e em particular aos países Africanos, a concertação de estratégias que levem à definição dos instrumentos básicos, para estejam reunidas as condições de dotar o continente de uma política concertada que leve a cabo, o desenvolvimento do maior potencial que este continente apresenta e que o pode diferenciar de todos os outros pontos de mundo – os seus recursos naturais que geram a criação de alguns dos segmentos dos produtos de animação turística, potencializando e direcionalizando a procura mundial para estes destinos.

Importa pois levar a cabo um conjunto de medidas que permitam a instalação das condições para que o turista mundial veja no potencial que o produto África em geral e os seus países em particular, têm para oferecer de único, assim, deverá ser efetuado um estudo global no continente e estudos específicos aplicados a cada países participante, para a definição, caracterização e implementação das estratégias a levar a cabo com o fim de atrair os fluxos turísticos mundiais.

Neste sentido, devem ser identificados os segmentos de produtos que poderão originar a constituição de uma nova procura mundial, assim como os países que estão, no presente e futuro próximo, em condições de cumprir os critérios de segurança, mobilidade e conforto básicos para receber essas procuras mundiais. Devendo também ser incumbidas as diversas organizações e governos internacionais, de tarefas e obrigações a levar a cabo de forma a ver com sucesso um plano desta natureza.

 

In: Estudo – O Turismo em África e a erradicação da pobreza (Antero Carvalho)

Orgulho de Portugal…sempre.

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Resposta ao post do blog, de uma cidadã brasileira infame sobre Portugal e os Portugueses – http://mosanblog.wordpress.com/2012/07/09/para-onde-vao-os-europeus/#comment-1709

Cara Srª proprietária do blog.

Com todo o respeito, pois considero que ao deixar aqui uma mensagem, é como ser convidado a sua casa, mas uma casa em que todos somos convidados a entrar, pois permite-se comentários não só sobre si e sobre a sua nacionalidade, como também, com pouco ou nenhuma propriedade (entenda-se conhecimento de causa), fala sobre assuntos históricos e culturas que desconhece.

Vejo que é a exma. srª cidadã Brasileira que vem pairando um pouco pelo mundo, não se sabe a fazer o quê, termina aterrado em território Moçambicano. Achando-se no direito que criticar uma nação inteira (Portugal), só porque um ou outro dos seus cidadãos até possa ter as características que aponta. Mas recordo-lhe que mesmo sendo nação pequena, ainda somos mais de 10 milhões e não se deve generalizar.

Não se deve generalizar, como nós nunca generalizamos, ao ser o país da europa de melhor recebeu o povo irmão (Brasileiro), ou quando recebeu, junto com os seus retornados, os povos das ex-colónias africanas, fugidos da guerra civil que se deu com a descolonização no pós 25 de Abril de 1974. Veja que quem o afirma, eu, tem toda a propriedade para o afirmar, pois eu sou cidadão nascido em Angola, filho de país portugueses e com meios-irmãos Angolanos, Portugueses e Brasileiros. Eu sei o que foi sofrer pela ignorância a que o povo português estava relegado depois do 25 de Abril de 74, quando descriminava os seus próprios cidadãos que regressavam ao seu país – os chamados retornados. Mas como eu depois de crescer, me tornei liberto dessa mesma ignorância que desculpabiliza tais atos, nunca critiquei esse povo que nunca teve acesso à cultura que lhe poderia permitir ver mais além de tais atos discriminatórios cometidos nessa época.

É certo, cara Srª, cidadã brasileira, que haverá alguns portugueses com comportamentos pouco dignos ou até pouco adequados à humildade com que todo o ser dotado de sabedoria deveria viver, mas recordo-lhe que a forma como ofende e atinge de forma genérica toda uma nação, não é certamente um ato de alguém dotado dessa tal sabedoria que releva os aspetos e atos que advêm da ignóbil ignorância de alguns cidadãos, mas sim, tal atitude, denota características formadas nessa mesma matriz que acusa serem nossas.

Recordo que Portugal recebeu nos últimos 20 anos mais imigrantes Brasileiros do que qualquer outro pais do mundo, recordo-lhe que raros foram os casos de discriminação e nesses poucos, em todos eles, a sociedade portuguesa em geral, sempre soube que advinham da ignorância de quem os tentava perpetuar. Digo, tentava, porque nunca, em caso algum, ficou algum desses altos por corrigir.

Recordo também, visto a sua ignorância, atingir as áreas técnicas económico-financeiras que Portugal é o principal investidor em Moçambique e nos restantes países africanos de expressão Portuguesa, assim como o maior doador de fundos monetários para o desenvolvimento de Moçambique, a par com o fato de ser o pais estrangeiro de mais contribui para a melhoria das condições sociais, sanitárias e de infraestruturas de Moçambique, através de OMG´s, voluntários e organismos governamentais.

Recordo também que Portugal, foi um país que no âmbito do FMI e do Banco Mundial, apoio a recuperação do Brasil durante as várias décadas em que o seu país passou por processo de resgate bem mais complicados que Portugal vive na atualidade. Eu próprio, nos anos 90, ajudei em território Brasileiro, o seu país a siar desse cenário de crise. Provavelmente quando v. exa. viajava pelo mundo, muitos cidadãos de outros países, entre os quais Portugueses deram o seu contributo para que o país irmão saísse dessa crise. Veja que nessa época, cheguei a ser assaltado e ofendido na rua, no Brasil e deixe-me dizer que nunca o contei a ninguém fora do contexto brasileiro, pois não pretendia que a falta de conhecimento dos europeus, levasse a uma generalização por causa de um ou outro ato isolado.

Portugal foi um dos países que gerou a pressão que levou ao perdão da divida externa do seu país, recorda-se? Como também ultimamente, perdoou divida a Moçambique, Angola e outros países Africanos de expressão Portuguesa, alguns desses atos de perdão de divida, já estávamos com dificuldades em Portugal. Mas sabe, é isso que faz do meu país um país de gente nobre e de um tamanho que transcende o seu entendimento, pois a srª não sabe o que é dar o que não se tem. É isso que me orgulha de ser Português, pois mesmo esses meus compatriotas que não têm a tal educação que acusa, nunca colocaram em causa qualquer ajuda, nesses momentos.

A srª vive em Moçambique, pois esclareço-a: Se tem água potável e energia elétrica, deve agradecer a Portugal, sabe Porquê? A barragem de cahora bassa, foi construída por Portugal, financiada por Portugal, feita com tecnologia e know-how português e depois, não podendo Moçambique pagar os encargos que assumiu, Portugal doou-a ao povo Moçambicano, isto já Portugal estava envolvido nesta crise. Assim, este povo e este país de onde partem alguns dos seus cidadãos na procurar de trabalho, continuou a doar, mesmo o que não tem, para um povo irmão que menos tem ainda.

Acusa a srª injustamente um povo, porque alguns poucos cidadãos, por má educação advinda da ignorância, têm comportamentos inadequados, julgando assim todo um povo e toda a nação Portuguesa. A única desculpa que V. Exa. tem, é a mesma que deveria leva-la a medir as palavras – a sua enorme ignorância, sobre uma nação e um povo a que muitos países devem quase tudo, entre os quais o seu (Brasil) e também Moçambique.

Desejo que a forma cuidada como escreve e versa sobre tantos temas, se faça coerente com a sabedoria necessária ter quando nos dirigimos e retratamos realidades que mal conhecemos. Na verdade pretendo afirmar, pois creio que não entenda a expressão última, que, desejo que a sua ignorância, oculta na forma como retoricamente teoriza, se dissipe ou então, faça o que manda a sabedoria – cale-se.

Um cidadão nascido e filho da mãe Africa, criado por um pai Portugal e que ama o seu país Brasil.